quarta-feira, 17 de julho de 2013

Dois poemas de Kepa Murua

Amor dormido el habla

Perdida la costumbre de amar
te diré en qué nos convertiremos.
La ternura como dormidos,
sin ropa y entre harapos
los brazos apoyados en las sienes.
Pulmones disminuidos.
Ojos apagados donde el habla.
Rumores faltos de aire
y de-golpe, el silencio
que nos llevara a la infancia
y nos obligará a huir de nosotros
como de las palabras.


Amor adormecido a fala

Perdido o costume de amar
te direi em que nos converteremos.
A ternura como quem dorme,
sem roupa e entre farrapos
os braços apoiados nas têmporas.
Pulmões diminuídos. 
Olhos apagados onde a fala.
Rumores com falta de ar
e de súbito, o silêncio
que nos levará á infância
e nos obrigará a fugir de nós mesmos
como das palavras.


AUTORRETRATO COMO EL TUYO

Mi nombre es como todos, me llamo
como mi padre, como mi abuelo y algún otro
de la família. Mi vida es como la de otros.
Igual de mezquina y llevadera.

Mi rostro está condenado a ver el vacío.
Pobre de mi si pienso en mi segundo apellido,
pobres de nosotros si no somos como ellos,
pobres todos nosotros si no somos nadie.

Mi rostro es como un rio seco en una botella
de esperma. Nada es como lo que pretendo.
Si más alia de estas letras te persigo
es para gritar mi inocência.



AUTO-RETRATO COMO O TEU

Meu nome é como todos, me chamo
como meu pai, como meu avô e algum outro
da família. Minha vida é como a de outros.
Igual de mesquinha e suportável.

Meu rosto está condenado a ver o vazio.
Pobre de mim se penso em meu segundo nome
pobres de nós se não somos como eles,
pobres todos nós se não somos nada.

Meu rosto é como um rio seco em uma garrafa
de esperma. Nada é como o que pretendo.
Se mais além destas letras te persigo
é para gritar minha inocência.



(KEPA MURUA – tradução Antonio Miranda)

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