em
memória de eugênio hirsch
1
minha musa renascentista – a rainha
do riso
deixa-me xerocá-la nas máquinas de
invento
moderno
rosto
sovaco
xereca
lampeira
diz estar na hora
e xeroca meu caralho em fogo
2
com certa brutalidade levei-a pelo
cabelo
até a máquina de invento
moderno
sobre o corpo – de ladinho –
fechei a tampa
assim que a luzes cumpriram seu
rito
a imagem cuspida
tinha mais prazer que os mármores
de carrara
3
mandei mexer-se a minha musa
renascida
enquanto as luzes da máquina de
invento
moderno
passavam sob o sovaco
eu lhe dizia mais e mais e mais
os raros espaços em branco do papel
deixavam ver as linhas do corpo nu
4
ordenei se sentasse a minha musa
renascentista
sobre o espelho da máquina de
invento
moderno
riu-se diaba de imagens curvas
das flores ou antes rosáceas
que formavam do corpo imagem
sublime entre os florilégios do
buraco
negro
5
o pau em riste – diz-me minha musa
dos inventos gregos
a ver a ver – indecorosa fala-me
a musa
dos brancos que recobrem a linha
negra
fotocopiada do priapo moderno
(oswaldo martins)
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