Quando o dedão do pé nasceu, ficou
plantado no meio da sala. Talvez esperasse o resto do corpo vir aos pedaços.
Por pouco ficaria assombrando a memória de sua mãe, se ele não desse alguma serventia
ao que ainda lhe restava de vida. A unha encravada, o aspecto tenebroso daquele
menos que pé constituíram, meio que oracularmente, os percalços de sua vida. Depois
que o corpo veio se juntar ao dedo, JM passaria a vida inteira a buscar com a
obstinação dos atormentados um meio para fazer com que seu dedo, dedão, se
materializasse em todo seu esplendor, por isso o disseminou com o disfarce de
outras partes do corpo nos suportes que viria a utilizar.
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