quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Um poema de Mar Becker


Nasci sem olhos
sem língua
com uma cascata de nadas pulsando
no sangue

vejo o mundo por olhos alheios
canto numa língua que herdamos
e sentidos catados nas ruas

caveiras programadas
à sombra da noite transparente.

*
Calçamento de pedras desoladas
da lua
costura de vozes e sombras
nos santos surdos de pedra –

onde falamos.

*
Atrás dos cogumelos de madeira
molhados de sereno –
uma silhueta sem rosto
vela meu sono.

Mar Becker

Um comentário:

  1. Lindo o poema, mas não é meu :) O Língua Epistolar, onde ele está publicado, era/é um blog coletivo. Este poema pertence a outro autor.
    Beijos :)

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