O que impressiona primeiro é o cheiro. A cidade fede. Mais de um milhão de pessoas vivendo em uma espécie de lodo (mistura de lama preta, de detritos e de cadáveres de animais). Tudo isso debaixo de um sol tórrido. O suor. Mija-se em todo lugar, homens e animais. Esgotos a céu aberto. As pessoas cospem no chão, quase no pé do vizinho. Sempre a multidão. O cheiro de Porto Príncipe tornou-se tão forte que elimina todos os outros perfumes individuais. Toda tentativa pessoal torna-se impossível nessas condições. A luta é por demais desigual.
(País sem chapéu - Dany Lafarrière)
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