essa biblioteca é minha
medo no rio de janeiro
havia dois diabos
padre, que pecado,
quando me sugeriram escrever homenagem
ao que se foi para o quinto dos infernos
eles nem imaginam na praia lotada
que alexandria foi uma biblioteca na qual os homens liam
talvez porque aqueles
enquanto juízes e doutores e sábios e pastores
hoje de madrugada nos subúrbios de minha cidade
as atitudes práticas possuem deuses
esta biblioteca é minha
os rebolados das moças nas passarelas são rebolados
e também desdenhar das saras shivas
tirando das telas suas pernas os peitos
resta o suicídio
lágrimas, as minhas, também recendem a gim
senhora das terras herdeira eterna chefe de clã
fizeste mal, senhora,
disse maradona
para quem de longe vê os gráficos da eficiência
tantos são os produtos!
não basta as folhas secas de nélson o encanto da paisagem
cantoras do passado são várias
ouve nessa voz o que cantam os terreiros
as burguesinhas fúteis pensam que descobrem a américa
quando descobrem a Disney
selvagem língua danto-viperina
estou fora, histrião
há abdulas e abdulas neste mundão de deus!
os homens plantam o que a terra dá
as instituições comercializam seus produtos enlatados
julgais, senhores, a bastardia
há barbosas e barbosas
os tatibitates com suas cláusulas atemporais
dizem poesia quando o sol se põe nas areias de Ipanema
aplaudem o cu dos outros
há urubus no ar como aviões de carreira
quando a bola gira de pé em pé
eu vi os campos de pelada do subúrbio
as marias pretas com seus carrões
as moças saem de casa
às vezes as bocas sensuais bocas ávidas
quando franco assumiu o poder na espanha,
aretino criou uma metafísica própria, estranha ao mundo
(versos das Antiodes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário