para
o andré capilé, que me deu o mote para o barbosa goleiro herói
há barbosas e barbosas
uns moram num bairro
longe
roubam bolinhos nas
marmitas
porque sentem fome
e se transformam em
intérpretes
bem humorados dos
cafofos das malocas dos trens das onze
e se chamam rubinatos
uns abelardos
jogam bacalhaus e circo
inventam o trono
popular dos destronados
os cantores mascarados
e os abacaxis
e ai fruita boa
no rebolado das
chacretes
uns logo ali
no dessacralizado
maracanã calam multidões
mas reinventam o caneco
de ouro
e o expresso da vitória
dos crioulos vascaínos
chamam-se moacir estes
barbosas
que reclusos evocam por
si mesmos o estigma
das injustiças
que o populacho
midiático grita
que o penacho dos
capachos vibra no ar
e os minervais, e os
indiciais, e as vestais, e as togais
pessoas
como se a pátria fosse
deles
como se a pária dos
rapaces rapinantes
nada com eles houvesse
na compra de votos reeleitivos
no chicote que estala
nas costas dos mortos-vivos
que trabalham e suam
como antes suavam os
escravos
mas há outros barbosas,
mais venais
como um que se chamou
ruína
e queimou os apêndices
da escravidão para mantê-la
nos homens livres
e pousou de águia
quando era um pombo correio
das assombrações
governamentais que medravam
nas lavouras de café,
nas lavouras com que o lavoura
incitava a
implementação do capitalismo de coronéis
e tome suruba, palavras
difíceis e dosimetrias
como data vênia e jogo
para os jornais minervais
e revista vejas e
tome suruba, posturas
imperiais e aiaiais
das iaiás e dos ioiôs
e tome
suruba
esses ruis vão a haia
vão à praia
vão à baia
vão à laia
dos ruis redivivos
e fecham a cara
e abrem as arcas
as sacas do neo
latifúndio nacional
são doutores que
doutoram
são auditores que
auditoram
são ores que oram
por um deus mais
nefasto
que os deuses dos
basbaques
por um deus mais
infausto
que os deuses de fausto
ou como lembra marx
sobre o ópio do povo
esses que oram pelos
deuses de ouro
rezam contra
a memória dos escravos
rezam contra
como rezaram contra getúlio
como rezaram contra o
luí de gonzaga
e contra a memória dos
governos populares
(Oswaldo Martins)
Muito bom, Oswaldo! Abraco da Lidia!
ResponderExcluirPerfeito!
ResponderExcluirE tome suruba!
Abraço,
Lidia