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neste leito de véus
azuis e rosas
levarei comigo o quadro
de renoir
neste leito de campanha
as sombras escarninhas
do quadro de guaguin
a cama vazia
a escova vazia
a cadeira
a angústia vazia
do quadro de van gogh
os percevejos
as lacraias
quais insetos
jantarão meu corpo
depois do périplo
patético
neste pátio
nesta cela
na cama de azuis e rosas
abraçarei as palavras
depositadas
para de novo aspergir
sobre o mundo
os quadros
os sistemas
secretos quê
guardador de palavras
(oswaldo martins)
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