quarta-feira, 26 de setembro de 2012

rio das mortes


o rio do esquecimento banha minha cidade
em suas águas os cadáveres adamantinos

rugiam quando as margens da incontinência
desmoronavam ante a fúria do movimento

os moinhos de pilar milho deixaram há muito
de ser os gigantes que vieram de são paulo

restam suas águas filetadas o passar contínuo
o letes que o nomeia, rio de aldeia, a sombra

que escorre desliza por dentro rude e ruinosa
como uma casa povoada pela materialidade

dos fantasmas
















guerra dos emboabas - século XVIII - anônimo

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