marília, que fosses puta
em negócios de negócios
mais esperta
marília, se passarem os anos
a fortuna que passa, minha bela,
mais corrompe
marília, que é do arvoredo
onde o nome gravei
como se gravasse um selo
marília, se não te basta a cama
que gados posso dar-te
eu
*
marília, se fosses puta,
ah minha bela, puto, seria
mais esperto
marília, com o passar
dos anos, os anos passam
e nada fica
marília, dos ademanes colhi
do preciso os gados
sem selo
marília, já teus seios suspirosos
deixei aos bens da terra
às palavras etéreas
*
pudesse, marília, recompor
o poema que quis
de amor
marília, ao compor poria
o engenho de bocage
os modos
com que, marília, convencesse
a ti, e algures, despir-te
os peitos
e lambê-los, marília, como não soube
lamber as crias que na honradez
me coube.
(oswaldo martins)
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