1
uma terça de vinho e cordeiros
a deslocarem-se pelas rochas
lua cheia
rosas ensinam bailar as jovens
entre os fios do cabelo
laços de mirtilo
em lesbos tomavam-se pelas mãos
de safo – a poeta
de versos delicados
2
pelas mãos de anna
iósif faz chorar a rússia
o cachorro perdido vaga nas ruas
são escuras – não como um lamento
–
as noites de petrogrado
há uma guerra a enfrentar – sem heróis
a dissolução dos homens é mais
triste
que a procissão dos enforcados
3
a voz do poema na neblina é como
um farol
– não dos que iluminam a noite
dos poetas –
que cava teoria e destruição,
acaso em beijing
ou aqui
a voz do poema delibera o
pensamento
faz surtir os efeitos das ondas
e a nós os de então balançar ao
sopro
violento
como a cor explode nos quadros
abstratos
da contenção
(oswaldo martins)
Nenhum comentário:
Postar um comentário