De vez em quando eu ensaiava uma
metáfora um tanto ousada, mas via que ninguém a aceitaria se viesse de mim (sou
um reles contemporâneo), e assim atribuía a algum remoto persa ou nórdico. Aí
meus amigos diziam que ela era um primor; e eu nunca lhes contava, claro, que
eu a inventara, pois gostava da metáfora. Afinal de contas, os persas ou nórdicos
podem ter inventado essa metáfora, ou outras tanto melhores.
(Jorge Luis Borges – música da
palavra e tradução)
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