sábado, 31 de março de 2012

Ode para as prostitutas espanholas


Para as moças da vila mimosa

mesmo que pelo peso do ouro
das pesetas envergonhadas

as perna se fecham aos putos
das limusines

aos putos das igrejas santander
e similares fábricas de ludibriar
a consciência

mesmo que pelo peso do corpo
as moças trancam a boceta
e colocam as armaduras nos peitos

dão um passo a frente e dizem
NÃO

*

não que se não faz de cruz ao peito
elas que não mais rezam seus rosários
sob as vestes dos santarrões
encapuzados

assaltantes das américas
que, segundo oswald,
transformaram nossas índias
em garotas das gares
em garotas da praça tiradentes
em garotas das quintas
da boa vista

**

as chinas espanholas ensinam
com o corpo e o silêncio do corpo
que o corpo místico das corporações

por isso fecham suas pernas
como se fechassem contas
e cobram as dívidas
das de antanho

e hoje
lavam as almas
e o corpo

dos desvalidos
dos coxos
e maltrapilhos

(oswaldo martins)




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