nunca mais
os quantos foram os mortos
quando forem os mortos de sobrecasaca
a conta ainda não estará zerada
restarão nas covas ralas
os ossos polidos
dos cadáveres insabidos?
nunca mais
mortos
deixarão seus rostos
serem carcomidos pelos porões
da tortura
em cada esquina
se erguerão os fantasmas
desfigurados para exigir
o exigível
para agastar as botinadas
dos velhos gorilas
para cobrar os trinta anos de atraso
e outros tantos inflacionados
pelos bastardos
que assumiram como velhos bispos
as sinecuras de suas igrejas
e quartéis
(oswaldo martins)
Belíssimo poema Nunca Mais na circunstância exata
ResponderExcluirBeleza, Cláudio. Fiquei na dúvida se tinha passado da medida do poético, mas parece que não.
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