a pele da
sua alma
parece nome
de canção
e deve ser a
que você
entoa
enquanto descemos
a escada
para o museu
atrás do
muro da catedral
não estamos
em paris
mas num
interior de brasil
as obras
cobertas por goteiras
nossos pés
seguindo
o cheiro de
pipoca
doce, na
calçada
nada merece
mais amanhã
do que nós
dois
neste
instante que não é
febril nem
desesperado
mas nosso
de fora, os
musgos,
nos
corredores o mofo
o passado
sufoca
alguém usa a
palavra
an-tro-po-fa-gia
e o encanto
quase se desfaz
mas eu
retomo o fio
na praça
central
o vento
balança folhas
de árvores
manchadas
de preguiças
é tempo de
recolher
degraus,
rostos, mãos
a pele que
se desloca
e muda
se confunde.
Que lindo Lucia! Adorei!
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