“Eu vim da Bahia”, ouve-se Pixinguinha
dizer na histórica gravação que Almirante fez da música que ele, o santo, Donga
e João da Baiana fizeram para a música Patrão, prenda
seu gado. Ouvir os berimbaus de mestre Camisa e Lobsomem é de alguma
forma reouvir o prato e faca de João da Baiana. 1917/2011 quase um século de
diferença e a inesperada confirmação da dobra mimética tanto lá quanto aqui.
Se o prato e faca remonta ás
dificuldades a à inventividade do brasileiro para dispor do que não havia para
a celebração do ritmo e da existência, para o andamento arrastado do miudinho,
o berimbau que se pratofaqueia em Idalina, por exemplo, tem essa dobra de que
se apoderaram os divinos compositores de 1917 e que – outra e após dobra –
Paulo Cesar Pinheiro reatualiza
Elo entre o samba baiano e o país
herdado dos capoeiristas também na voz prato e faca de Cristina Buarque. Elo
entre o samba carioca e os compositores que fundaram a forma de resistir às
nuances negativas da vida. Dobra atrás de dobra.
(Oswaldo Martins)
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