quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Estudo 2 para o Capoeira de Besouro



“Eu vim da Bahia”, ouve-se Pixinguinha dizer na histórica gravação que Almirante fez da música que ele, o santo, Donga e João da Baiana fizeram para a música Patrão, prenda seu gado. Ouvir os berimbaus de mestre Camisa e Lobsomem é de alguma forma reouvir o prato e faca de João da Baiana. 1917/2011 quase um século de diferença e a inesperada confirmação da dobra mimética tanto lá quanto aqui.

Se o prato e faca remonta ás dificuldades a à inventividade do brasileiro para dispor do que não havia para a celebração do ritmo e da existência, para o andamento arrastado do miudinho, o berimbau que se pratofaqueia em Idalina, por exemplo, tem essa dobra de que se apoderaram os divinos compositores de 1917 e que – outra e após dobra – Paulo Cesar Pinheiro reatualiza

Elo entre o samba baiano e o país herdado dos capoeiristas também na voz prato e faca de Cristina Buarque. Elo entre o samba carioca e os compositores que fundaram a forma de resistir às nuances negativas da vida. Dobra atrás de dobra.

(Oswaldo Martins)

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