Gazel 1
Vem e traz a taça, copeiro, derrama e circula esse vinho!
Porque o amor parecia fácil, mas logo veio o descaminho.
A brisa sopra em seu rosto, traz o almíscar dos seus cabelos:
Como sangram os corações, por esse momento tão ínfimo.
Tinge com vinho o teu tapete, se assim disser o velho mago.
Deve entender, o peregrino, as leis e estâncias do caminho.
Na estância do meu bem-amado, como posso encontrar alento?
Ora já bradam os cincerros: a caravana está partindo.
As trevas e as ondas ferozes, o vendaval e o turbilhão!
Que sabe desse nosso estado, quem vê da terra o mar bravio?
Desejos guiaram meus feitos, e meu bom nome foi desfeito!
Como manter esse segredo, se nos saraus já é sabido?
Se ainda queres sua presença, ó Hafiz, não te escondas dele!
Quando lograres encontrá-lo, faz do mundo um desconhecido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário