1
o andar por zanzibar
rende olhos oblíquos
flores de metal
néctar e carne crua
rende o abismo
das mimosas
deixa a quem ronda
aberta valise
que de bucetas
em páginas abertas
fazem o fazer
das esquinas
2
as menininhas
das prostitutas baratas
cobram caro
e se obrigam
nos quartos dos afazeres
piruetas
de espantar os olhos
3
uma
tem uma cachorrinha
que lhe obedece o comando
espertas a cachorrinha
e a madama
pouco se olham
mas atentas ao ritmo
do cliente apenas esperam
que o estalar de dedos
chame a cachorrinha
e sua língua solta
nos provenhas do freguês
que entre satisfeito e atônito
reza um creio em deus, padre,
e se encomenda ao dianho
4
os fundos da casa
ficam abertos
estas senhoras
são mais profícuas
que uma paróquia
são mais espertas
que os bancos centrais
5
as juras não revivem as de amor
como sonhou o senhor poeta
casimiro
as juras não aliviam o coxo
as juras não reativam o casto
as juras
como se potentes canibais fossem
depenam o bobo
que as paga em dobro
(oswaldo martins)
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