sexta-feira, 16 de agosto de 2013

cabeças cortadas

cabeças em multidão cortam
no vai e vem das ruas lições
de tecedeiras

zoam traçam pedras finas
no oco do mundo ruídos
de abelhas

vozes trançam do largo
ao gargalo dos becos
das ítacas

zureta a seta do varonil
mercado de risadas
firma que a luta

é festa de baco


**

cabeças em multitudinária
questão de sereias
e cantos

seduzem os já aceitos
e não há acera
de epopeias

que tanja as velhas ruas
ao sabor dos ulisses
destroçados

o corpo lanha de farra
as práticas da dor
ri das faces

dos tortas caras

**

ruas em império do nada
cantam canções
e bárbaras

pedras pássaras fincam
sobre o crânio
dos estetas

a política da folia
o corpo do agora
o aqui da ágora

a garrafa de cerveja
o torso de uma mulata
e a beleza do fuuu fora

para o triste requebro
dos mestres da arte


(oswaldo martins)

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