sábado, 28 de abril de 2012

quatro poemas sem motivo ou da provocação barata


fescenina,

vivo entre o quê e agora
meio abaixada

até o pescoço
dos pés

ora
o gasto rubro
do cu

ora
a gasta desflor

que da buceta
demanda

das demandas
do picador

*

a boca no nariz
se delgado for

o que dá a pica à flor

mais ainda se begônia
cultivada

nos jardins – tão
versalhes –

dos conventos
em que paira

o beija-flor


*

no parquinho burgûes de göethe
uma meninazinha aprende tanto
solfejo em flauta de dó
que o mestre instrutor

tão delicado e supina assopra
os pirilampos que tocam

trombones e varas

*

deveria ter sido assim
a história da música

e dos palácios

ao som de caça e cravo
espetavam anedotas

enquanto as moças subiam
as saias

(oswaldo martins)

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