gata
na gata de negro o corpete tem
pernas longas
seria a exatidão do pulo desta gata
anúncio de alvoradas
veste por hora os telhados da casa
se estica com estrelas na voz
e ri que se ri a danada
desloca o ar e deixa imóvel o corpo
quando vira de lado ou finge
ir-se por ledas searas
tango
um copo de cicuta, garçom
não para mim
o dançarino coxo
para essa mulher que dança
como se trepasse
com outro
cigana
não lê minha mão a cintada cintura
ademais tão morena a pele
tão negros os pelos
ali na pedra do ribeirão cala boca
apenas deixava que visse
a embocadura da bunda
o tufão dos vendavais
a lua que a bordava
de sangue
(oswaldo martins)
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