há quem estenda os braços
e esqueça o resto do corpo
e o braço fique ali exposto
para as chagas dos trapos
há este trapo em delícias
que toca o ar abre os poros
e desmancha bordados
nas facas que se desafiam
há esta faca ao sol nordeste
cerzindo a barriga dos peixes
costurada madrugada a reinar
o absoluto do que ainda resta
há o resto da barriga do feixe
que ao braço devora em avidez
sobre o braço que vaza
o corte de uma só sordidez
há esta ficção estrupício
este braço de sarjetas unhas
que unhas abjetas ranham
os fatos falsos dos palácios
oswaldo martins
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