terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

26 poemas hoje


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os dentes novos se apertavam uns contra os outros.  trincava, senão a cara, a tensão das armas. o ruído da rua, como o de um pássaro na espera da primeira bomba em bagdá, importava pouco.

os dentes trincados, a cara enfezada. o denodo da ingerência e o riso perdido na mesma imagem com que a soldadesca alheia faz explodir damasco.

os dentes turvos, a cabeça baixa e o surto de cólera contido, a mão pendida entre o afastamento da mãe e o adeus interrompido, quando, no jacaré, fotografam do pai sua infância atalhada.

(oswaldo martins)

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