quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Camonianas


dedicatória

ña senhora, tenho-vos mandado uma enxurrada de versos que não são de minha autoria , são versos que me veem dos tantos versos que li, mas o amor de que falam é meu – é o amor que tenho por si.

I

amo-te tanto
de um amor tão grande
para uma vida tão curta.
II

olhos
só os tenho
para ti.

III

estava assim tão cansado
de amores desenganados

quando Circe pôs sua mão
sobre minha mão.

IV

amo-te
de um amor tão grande
quem me dera
fosse amor pequenino.
V

estando de AMOR
desiludido e magoado
a sofrer danos por gestos
ousados

vi em Circe
bela e comedida
um mover de olhos, brando e piedoso,
um riso brando e honesto
um doce e humilde gesto.

VI

dizei-me senhora
por que me queres o corpo
se vos ofereço a alma?


VII

de todo o meu amor
não serás senhora
de todo o teu amor
não serei escravo.

VIII

não é a tua beleza
que me intimida
temo os deuses
que por desobediência minha
e inveja deles
me tolham as mãos

IX

que me dizes AMOR
agora que te venço

X

que me dizes agora AMOR
que tenho sobre teu peito
a ponta da minha espada.
XI

sei senhora
medir bem o amor
que vos dedico
sei por vossa recusa
e pelas penas e mágoas tristes
em que vivo.

XII

não devias senhora
recusar-me um sorriso bondoso
não devias senhora
recusar-me um olhar piedoso.

XIII

Nise
estar ao pé ti
é estar sentado
                     à sombra
                    dum álamo copado.


XIV

esta impaciência
       que me impacienta
é a impaciência
       do amor


elesbão
(14/05/2011-19/11/2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário