Certa vez fui
com Eugênio à editora Pallas. Os tempos estavam bicudos, era o governo do
confisco, e consegui, com uma amiga, um trabalho pra ele. Claro, fui
intermediário, pois quando falei com esta minha amiga, as portas se abriram,
pois Eugênio era o Eugênio, o maior capista do Brasil.
Pois bem, quando
chegamos à editora, a mesa de todos os membros responsáveis pela casa estavam a
postos, esperando por Eugênio. Ao entrarmos e sentarmos à mesa de reunião, não
me lembro quem afirmou que conhecia Eugênio desde outras gerações. No ato, como
costumava ser meu querido amigo, veio um “é verdade, lutamos juntos na Batalha
de Aljubarrota, e eu era o judeu negro!”.
Cumprimentaram-se como dois irmãos de luta, e a conversa começou.
Eugênio deveria
fazer o projeto gráfico de um tarô cigano e desenhar as cartas cujo texto seria
escrito por Naldo, pai de santo que tinha seu abaçá lá pelos lados da Ilha do
Governador. De posse das informações, Eugênio começou a criar. O resultado é o
mais belo baralho cigano jamais visto, com suas mulatas de tirar o fôlego.
(oswaldo
martins)
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