segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Parrhesia

Falavras
para andré rios
falavras quê do dizerem em grego românico itálico ou português, de lá e de cá, em alemão, mermão; falavras para o estupor do não ler para o estuprar do não saber ler onde se não lê, para estripar do ventre da falavra a leitura as leituras que se fecham e cadenciam a ignorância das pessoas e cedem à ignorância das escolas porcas
falavras quê contrárias aos modos e modas contra a língua museológica dos poetas de antanho e hoje quê ao vento falavras ao vento aos ventos neológicos do tesão que dá usar falavras ou quaisquer do sânscrito da cachorra, bandida, cavala que encanta tua boceta e o caralho vetusto mesmo dos velhos assanhados que cagam e andam para os significados quê das boutiques de variedades
falavras quê as alacônicas das medas como os comprimidos de viagra aos potes revolvem as velhas palavras que não falavras quê antinome do silêncio do cabisbaixo pajé de bernado que ao som dos elixires borés se alevanta mais que os alevantados filhos do império de camões ou os piagas de gonçalves com suas indianegras
falavras quê mulatas cafuzas mamalucas eu as quero fora dos esquadros dos quadros bonitinhos das que antibalançam o ventre nas passarelas da grana e dos negócios falação antisintagmática felação degustativa do outro falavras quê saboreio do monte das elevações protuberantes desde ur desde el sur já que tudo é em língua e prazer comprazer de falavras quê
onde arthur o bispo do rosário já se dês é do anjo azul ou herdeiro sarará desfaz a cama em anticanto onde falavras quê são argumento sólidos teorias válidas para enfrentar a vida e rir dos afortunados que temem a cama onde arthur se deita entre véus macumbas e pequenas peças móveis a que dão-se nomes de baratas e percevejos falavras de arthur conselheiro
cajado e cabelo ao relento falavras quê glauberiana dicalvalcantiana esse que de hora em hora assalta as cidades os comezinhos dos antigos coronéis de antanho e os cultores da coronela tv que atravancam os livros onde as falavras dançam e atiçam o fogo como canta o muezim ou cantou em canudos ou santo pixinguinha de mesma lavra quê
quê em falavras eu lhes xingo soldados vagabundos das línguas.
(Oswaldo Martins)

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