quinta-feira, 23 de novembro de 2023

brecht

 

dançam leves partículas em sôfregas

manhãs greve buzina o só alvoroço

a cama guarda o frígido acorçoo

flâmula nos lençóis em amarroto

 

descobrem-se rotos – vagares íntimos –

os poemas em desalinho sem fogo

aguardam quietos caírem gotículas

do lá fora chuva em abstruso coro

 

nada veste o desacordo entre a tez

dos presos à rua e o cárcere plúmbeo

privado e límpido do chão burguês

 

sequer refreiam-se – ante o acúmulo –

ante a turba – em suas torres de indez

se negam corpos por temor do chumbo

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