sexta-feira, 17 de junho de 2022

Dois poemas de Amosse Mucavele

Mafalala

 

Os sinos da munhuana estão velhos

Tocam nas enrugadas horas da esperança

Murcha, o cansaço das lembranças estampadas

nas casas de madeira e zinco

E no chão cimentado por pântanos

As rãs fazem ajuste de contas com o eco do abandono.

 


Subúrbio

 

Nas margens da cidade

as acácias são como almas adiadas a arder

na melancólica procura de um sonho

para enxugar os pés

e sei que nenhum peão restituirá os buracos

 

 

(Amosse Mucavele)

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