quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Poesia espanhola

 

AS DUAS RAMEIRAS

 

Todas as mulheres de que não me aproveitei

visitam os meus melhores sonhos,

os meus piores pesadelos.

Levanto-me de pau feito

todas as manhãs.

Tomo ginseng e vitaminas

A, B, C, D e E.

Depois fumo um cigarro

e sento-me ao computador

a teclar poemas como este

à espera das duas rameiras mais infames

da terra: a Fama e a Morte.

Só me resta a esperança

de que não venham, as puras, as duas

de mão dada.

 

(Roger Wolfe – tradução Luís Pedroso)

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