para meus pais
toda palavra é possível em nós,
toda marinha do desassossego
as tormentas todas do mar e após
a ânsia, o perigo, o céu espesso;
toda palavra é possível no cais
do desembarque, onde nossas rugas
se rasgam pelas ruas sem que
jamais
os passos indiquem calor e fuga
por isso busco o que buscam os
homens –
porto nenhum de chegada – partida
circular em torno de um mesmo
cais,
de um mesmo assombro; sobre os
armazéns
sombra sombras nossas sombras
fatídicas
do que queríamos e não somos mais.
(do lucidez do oco - oswaldo martins)
Um portento!
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