Representante da tradição vanguardista (contradição de termos à parte) paulistana (de Arrigo e Itamar entre outros), Carlos Careqa apresenta aqui um disco que possui duas qualidades que, embora devessem, nem sempre andam de mãos dadas: por um lado é um trabalho denso por seus poemas, pelos acompanhamentos muitas vezes atonais de um time de grandes pianistas, pela proximidade da voz posta em primeiro plano, ou pela simples presença da parceria Eisler / Brecht -aparentemente uma das matrizes estético-ideológicas de Carlos. Por outro, é um disco de audição tremendamente prazerosa. Quem sabe pela variedade de estilos musicais exercitados sob uma tela enganosamente monocromática. Quem sabe pela excelente qualidade de gravação. Ou simplesmente porque as qualidades inicialmente enumeradas têm aqui resgatada sua verdadeira função: a fruição estética em permanente renovação. (Ronald Iskin)
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