quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Sobre o parlamento no Brasil

Desde que Rogel Samuel, através da rede (www.blocosonline.com.br) escreveu sobre um esforço constante de desmoralização do congresso nacional e de parlamentares em geral, fiquei mais atento à imprensa acerca do assunto. A imprensa: a mesma que procura desmoralizar o executivo e o judiciário, sem lograr todo o êxito almejado.
Não vou remontar. Os gabinetes do Império e a República Velha estão diagnosticados em presença e em perspectiva desde 1881 pela obra machadiana. A imagem pessoal que formei do congresso desde que lhe percebi a existência, ali pelos fins dos anos 1950, deu-se quando do golpe militar de 1961, chamado de emenda parlamentarista e conseqüente votação da aprovação da escolha do Primeiro Ministro. Seria o Dr. Santiago Dantas, o escolhido. Ouvi-lhe impressionado o discurso, convencido de que o país estaria em excelentes mãos governadas por aquela cabeça privilegiada. Mais impressionado fiquei quando o congresso rejeitou a nomeação desse raro jurista e parlamentar.
Percebi antes do fato e até hoje a importância democrática do debate das casas legislativas, ouvindo e observando a fala de parlamentares como Nereu Ramos e Carlos Lacerda, antes do golpe; Márcio Moreira Alves, Cristina Tavares, Beth Mendes, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro e Ulisses Guimarães, durante a ditadura militar e depois do período.
Desde essa votação que vetou Santiago Dantas, verifiquei que o congresso é formado por representantes de uma sociedade oligárquica, concentradora da riqueza, conservadora, preconceituosa e carola. Minha crítica volta-se contra representantes dessa corrente hegemônica.
‘Critico atitudes advindas do congresso nacional, sem o absenteísmo da massa que se esquece em quem votou, para depois descrer dos políticos. Seja exemplo o a não efetivação da CPI do futebol. Sem absenteísmo e com o pessimismo fértil de um Brás Cubas, o bacharel defunto a bradar do cemitério do Catumby. Que não se desmoralizem parlamentares com calúnias e outros expedientes, nem se queira, como quase sempre no meio século recente, destruir o poder legislador.



Cláudio Correia Leitão

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