as praças transitam por meus ombros
carrego-as a tiracolo e translúcidas
borboletas pousam-me os escombros
atassalhados pelas larvas úmidas
bebo o rasto líquido das pernas
que transitam no vai e vem das calçadas
me chutam me pisam como deidades
neo-liberadas de extensas catervas
me indagam se de divas se de súcubas
o manto das praças pórticas cobre-me
a mão descarnada da mão defunta
por vagar sem defesas como ao léu
andam os homens cujas bolas caput
pelos honrados homens da lei
(oswaldo martins)
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